Casas de bambu são construídas para amenizar crise habitacional
A iniciativa, pensada para diminuir a crise de moradia nas Filipinas, recebeu um prêmio de 50 mil libras
Earl Patrick Forlales. Este é o nome do designer que ganhou 50 mil libras pelo prêmio Cities for our Future, da Royal Institute of Chartered Surveyors (RICS).
O reconhecimento veio depois que Forlales criou unidades habitacionais de baixo custo, feitas com bambu, a fim de amenizar a crise de moradia que assola as Filipinas.
O projeto de Forlales demora apenas quatro horas para ser construído e custa 50 libras (R$ 245) por metro quadrado, o que o torna muito acessível.
“É um lar funcional por si só, mas é mais do que apenas uma casa”, conta o designer. “É projetado para transformar o lixo de uma comunidade em energia e em outros recursos valiosos.”
A iniciativa chega em um momento crucial: a população da capital Manila já conta com 12 milhões de pessoas, quatro milhões destas vivendo em favelas. A previsão, ainda, é de que mais 2,5 milhões de pessoas cheguem às cidades nos próximos três anos.
As casas pré-fabricadas CUBO, como são chamadas em inglês, serão usadas para abrigar os recém-chegados, antes de serem levadas em grande escala para as favelas.
A inspiração do designer veio da casa rural de bambu de seus avós. Mas o seu bambu será diferente: tratado e laminado, terá uma vida útil 10 vezes maior.
Além disso, o material é super sustentável. Libera 35% mais oxigênio que as árvores e pode ser colhido anualmente sem causar degradação do solo. Para completar, as casas CUBO terão telhados inclinados para captar a água da chuva e palafitas para prevenir danos durante enchentes.
A ideia, da qual se espera ajudar outras cidades superpopulosas, é viável em qualquer lugar que plante bambu (o que inclui o Sudeste Asiático, e partes da África e da América Latina).
Forlales planeja levantar fundos para o projeto vendendo lixo plástico para fábricas, além de direcionar o dinheiro que recebeu com o prêmio para iniciar os trabalhos este ano.