O arquiteto modernista, Lolô Cornelsen, morre aos 97 anos
O arquiteto curitibano era conhecido por suas obras de estradas, autódromos, residências e personalidade carismática
A arquitetura moderna brasileira é marcada por grandes obras e grandes arquitetos. Um deles, Ayrton João Cornelsen, mais conhecido como Lolô Cornelsen, deixou-nos na madrugada de hoje, 5 de março. Aos 97 anos, Lolô sofreu falência múltipla de órgãos e morreu em Curitiba, cidade onde nasceu e viveu.
Lolô era formado em engenharia civil e arquitetura pela Universidade Federal do Paraná e fez parte do time de profissionais que fizeram arquitetura moderna no Brasil, na metade do século XX. Ainda nos anos de 1950, foi diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná.
Neste cargo, foi responsável por pavimentar mais de 400 km de rodovias e ganhou o apelido de “homem asfalto”. Ainda no serviço público, planejou a colonização do Oeste e Sudoeste do Estado, projetando novas cidades, planos diretores. A Rodovia do Café, a Estrada da Graciosa e o ferry-boat de Guaratuba são todos projetos do arquiteto.
A paixão pelas estradas acompanhou Lolô durante quase toda sua trajetória profissional. Ele foi escolhido pelo presidente Juscelino Kubitschek para divulgar a arquitetura nacional no exterior. Sua expertise com as rodovias lhe rendeu alguns trabalhos com autódromos, dentre eles o Autódromo Internacional de Curitiba, Autódromo de Jacarepaguá (Rio de Janeiro), Autódromo de Luanda (Angola) e Autódromo de Estoril (Portugal).
Lolô criou diversas casas modernistas, clubes, hospitais, escolas, campos de golfe e hotéis em países da Europa, África, América do Norte e do Sul. E, além de arquiteto, foi campeão de futebol pelo time Athletico Paranaense em 1945.
“Foi um dos mais importantes arquitetos atuantes em Curitiba, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Para além de sua produção, ficou conhecido por sua personalidade singular. Carismático e bem humorado, foi jogador de futebol antes de ser arquiteto. Lolô ajudou a constituir a imagem de uma Curitiba moderna e atualizada com a produção arquitetônica dos grandes centros urbanos”, explica Juliana Suzuki, professora de História da Arquitetura Brasileira da UFPR.
Fica aqui nossa homenagem e condolências aos familiares e amigos.