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Museu de Arte Moderna do Rio faz homenagem ao centenário de Zanine Caldas

A exposição "Zanine 100 anos – Forma e Resistência", que conta com 18 obras da produção móvel-denúncia do artista, fica em cartaz até 17 de novembro

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h49 - Publicado em 23 set 2019, 14h58
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(Acervo Pessoal/Divulgação)

“Em Nova Viçosa, o que me angustiou foram aquelas madeiras imensas serem queimadas e jogadas fora”, disse o consagrado arquiteto, designer, artista, paisagista e professor José Zanine Caldas (1919-2001), mente por trás de profundas pesquisas acerca de nossas madeiras.

Foi Zanine também o responsável pela produção conhecida como móvel-denúncia”, no fim dos anos 1960 e 1980, que denunciava de maneira pioneira o desmatamento das florestas brasileiras.

Dezoito destas peças, feitas de madeira maciça, serão expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na exposição “Zanine 100 anos – Forma e Resistência”. Com curadoria de Tulio Mariante, a mostra integra trabalhos que ultrapassam móveis – são esculturas funcionais; maneira do artista expressar sua percepção de nossa cultura.

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“Luminária de piso” (1990), por José Zanine Caldas. (Andre Nazareth/Divulgação)

O processo de criação de Zanine era lento, com a utilização de ferramentas tradicionais como serrote, enchó, formão e plaina, e tinha como mão de obra os canoeiros da Bahia.

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“Escultura” (1970), por José Zanine Caldas. (Andre Nazareth/Divulgação)

Várias das peças expostas, inseridas neste contexto de criação, foram produzidas no período em que o artista viveu em Nova Viçosa (BA).

Foi lá onde instalou uma oficina que veio a se tornar ponto de encontro de grandes nomes da cultura brasileira, como Oscar Niemeyer, Carlos Vergara, Chico Buarque, Amelia Toledo, Odete Lara, entre outros.

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Montagem da exposição no MAM Rio em 1983, quando Zanine construiu uma casa de madeira. (Acervo Rita Tristão/Divulgação)

A homenagem ao centenário de José Zanine Caldas marca a terceira vez que o MAM realiza uma exposição sobre ele. Sua primeira mostra individual no Museu foi em 1975, e a segunda em 1983, quando construiu, junto aos jardins, uma casa de madeira.

Desta vez, alguns dos destaques são as peças Namoradeira, Redário, a escultura de madeira pequi, a mesa de jantar e o aparador com tampo de vidro criados em Nova Viçosa nos anos 1970.

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“Namoradeira” (70/90), por José Zanine Caldas. (Andre Nazareth/Divulgação)

A produção de “Zanine 100 anos – Forma e Resistência” é da família do próprio artista, com o apoio de Etel Design e Escritório de Arte Marcela Bartolomeo

Por ocasião do evento, será lançado o maior e mais abrangente livro sobre sua trajetória. Publicado pela Editora Olhares e R&Company Gallery, de Nova York, o livro será bilíngue (port/ing), com capa dura e formato 25cm x 30cm.

Além disso, terá 300 páginas e textos de Amanda Beatriz de Palma Carvalho, Lauro Cavalcanti e Maria Cecilia Loschiavo dos Santos, com ensaio fotográfico de André Nazareth. O lançamento será dia 05 de outubro dentro da exposição no MAM, e em diversos estados do Brasil, Europa e Estados Unidos.

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Exposição “Zanine 100 anos – Forma e Resistência”

Onde: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Foyer) – Av. Infante Dom Henrique, 85. Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ 20021-140.

Quando: de 14 de setembro de 2019 a 17 de novembro de 2019 – de terça a sexta, das 12h às 18h e aos sábado, domingo e feriado, das 11h às 18h (bilheteria até 17h30).

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Quanto: R$ 14 para público geral, R$ 14 ingresso-família (aos domingos, até cinco pessoas). Gratuidade às quartas-feiras; a menores de 12 anos e a Amigos do MAM Rio. Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, menores de 21 anos, portadores de deficiência e acompanhante, profissionais da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro. 

Mais informações: (21) 3883-5600 ou aqui

Lei de Incentivo à Cultura/Mantenedores do MAM Rio: Petrobras, Ternium, Ministério da Cidadania – Pátria Amada Brasil – Governo Federal

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