O artesanato é uma das belas e tradicionais manifestações da cultura de um povo. Para celebrar aqueles que praticam este ofício, comemora-se hoje (19) o Dia do Artesão. Em celebração do artesanato brasileiro, a loja Paiol apresentou ao mercado uma coleção de cerâmicas feitas pelas mulheres do Apiaí, um trabalho que merece ser conhecido por todos!
As peças foram inspiradas na natureza e nos trabalhos ancestrais de ceramistas da região. São vasos, potes, travessas, porta-petiscos, açucareiros, todos com uma beleza ímpar e detalhes refinados.
Essa coleção nasceu do desejo de preservar a cerâmica tradicional, levar o trabalho para o Brasil todo e transformar a atividade em uma forma de renda para as mulheres da comunidade. A iniciativa de expor as peças possibilitou mudanças positivas na vida das artesãs: o preparo do barro ficou mais fácil e um novo forno foi construído.
Localizado na região do Vale do Ribeira, o município de Apiaí fica a aproximadamente 320km da cidade de São Paulo e foi, historicamente, um abrigo para escravos, que fugiam dos senhores, além de ser o lar de tribos guaranis. Em termos econômicos, o local ficou isolado do restante do Estado, o que causou um desfavorecimento em relação a outras áreas.
Cidades no Vale do Ribeira possuem IDHs inferiores às médias de seus estados. Por outro lado, o mesmo isolamento permitiu que algumas técnicas e conhecimentos ancestrais ficassem preservados, intocados por influências externas.
A cerâmica é muito presente no cotidiano dos moradores e as técnicas das mestras foram passadas de geração em geração de mulheres há pelo menos 200 anos. Cabe a elas criarem peças utilitárias, bonecas, animais e moringas.
O processo das peças começa com o preparo da matéria prima. O barro é retirado da própria região e socado em pilões de madeira até atingir a consistência perfeita. Em seguida, rolos de barro são moldados nas mais diversas formas à mão.
“A massa é feita com mais de um tipo de argila para atingir um equilíbrio e uma consertar o que tem de ruim na outra. Ela pode ser tocada também com a mão de pilão ou com os pés, até atingir o ponto ideal e desejado pelo artesão e deve ser armazenada em sacas plásticas para manter a umidade da argila. A partir de então, é só modelar e avançar para outras etapas”, explica a artesã Jaqueline Looze.
O próximo passo é alisar, secar e decorar os objetos com tinturas coloridas, também feitas de barro. Finalmente, eles são colocados no forno para a queima.