O paisagismo vai muito além da questão estética, ele também proporciona qualidade de vida. É isso que a paisagista Marcilene Monzani, propõe em seu trabalho que além da beleza, busca nutrir a saúde física e mental dos moradores, e vai além, “Quando projetamos um jardim, nossa principal fonte de inspiração são os desejos do cliente e transformar os sonhos em algo real com criatividade, aproveitando o espaço e respeitando as necessidades das espécies, como o clima, habitat de origem, raízes, nível de luz, e harmonia entre as espécies”, revela.
Essas premissas fundamentaram o projeto de paisagismo para um sobrado de 340 m², em um terreno de 320 m², cercado por altas paredes das residências vizinhas. “Todas as janelas da parte térrea da casa davam vista para as paredes e a parte superior da casa tinha vista para os telhados da vizinhança. O quintal era totalmente impermeável, e a principal queixa dos moradores era a falta de plantas e sensação de clausura causada pelos paredões”, explica a profissional.
A transformação começou logo na entrada principal, onde a jardineira do corredor abraça as visitas com uma mistura densa de Heliconia sassy, Heliconia bihai, Marantas, Pacová entre outras. “O antigo corredor e a parede deram lugar a um vidro que se abre para um jardim exuberante, conectando-se às salas de estar, inverno e jantar. À noite, a iluminação transforma o ambiente em um espetáculo visual.”
A irregularidade do terreno também foi habilmente resolvida pela paisagista. “Para compensar as diferentes larguras do terreno, criamos um espaço permeável de 40 centímetros ao longo do muro. Optamos por um porcelanato claro para ampliar os espaços e aumentar a luminosidade.” O resultado foi um paisagismo encantador ao redor da casa.
Na jardineira lateral, optou por espécies de grande e médio porte que fecham o muro e garante uma vista bem mais atraente. “Assim, a o andar superior do sobrado tem vista para as copas das palmeiras carpentárias e nas janelas de baixo uma mistura bem tropical com Heliconia bihai, Costela-de-adão, Irís-da-Praia, Palmeira chamaedoria, Alpinia vermelha são algumas das espécies utilizadas”. Nos corredores laterais, mais frutíferas como Limoeiros siciliano, taiti, galego, Mangueira, Macieira, Figueira foram a opção certa para eliminar de vez a sensação de clausura.
A paisagista criou uma área no fundo do terreno totalmente permeável, com linhas orgânicas e pedrisco no chão. Nesse espaço, Palmeiras solitárias e Dracena arbórea foram estrategicamente colocadas para proporcionar sombra à área de descanso, que é equipada com uma mesa de ferro, uma herança de família, uma rede de descanso e um chuveirão para se refrescar nos dias mais quentes. A jabuticabeira híbrida, que produz praticamente o ano todo, é a atração principal, tanto para a proprietária quanto para os pássaros que encontraram neste jardim um lar.
Na entrada dos fundos, o destaque são as mandalas, estruturas de jardim vertical com formato circular, exuberantemente cobertas de verde. Elementos como um banco de madeira e uma fonte de água foram adicionados para trazer tranquilidade a este espaço de contemplação no jardim dos fundos do terreno. Ali, a paisagista escolheu cultivar uma Pitangueira e uma Cereja-do-rio-grande em vasos. Uma prateleira de madeira maciça, descoberta em um antigo galpão, serve como apoio para diversas espécies que foram adquiridas ao longo do tempo.
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