Quando saiu da casa dos pais, o arquiteto Gustavo Marasca comprou um apartamento de 130m², com três dormitórios (sendo uma suíte), em Rio Claro (interior de SP), e fez um projeto pensando em sua então vida de solteiro.
Na reforma, ele transformou dois quartos em um e demoliu o terceiro para aumentar a sala, que por sua vez foi integrada à varanda. Após seis meses morando no imóvel, Gustavo começou a namorar o administrador Caio Martins e, um ano depois, decidiram se casar. Foi quando surgiu a ideia de comprar o apartamento vizinho, que sempre esteve vazio, e unificar as duas plantas.
“Com a nova aquisição, passamos a dispor de um total de 260m², com espaço para acrescentar duas suítes de hóspedes, escritório, outro ambiente de estar, uma ampla área gourmet com ofurô, além de um banheiro com sauna”, conta Gustavo.
O conceito projeto veio da loja RH (Restoration Hardware), em Miami. Por isso, o décor tem uma “base” clássica, molduras peito de pombo no teto, piso de madeira com assentamento em escama de peixe e paredes pintadas num tom mais encorpado e acolhedor, replicado, inclusive, no teto, para fugir do branco convencional.
“O Caio esteve presente em todas as escolhas, tanto de layout e divisões dos espaços quanto na definição de cores, mobiliários e objetos de decoração”, relata.
No que se refere aos objetos e adornos, a maioria das peças foi aproveitada de outras casas e de outros momentos da vida do casal, sendo várias trazidas de viagens de férias. As porcelanas pintadas à mão e folhadas a ouro, por exemplo, vieram da Tailândia e ganharam destaque na área do café.
O vaso soprado verde é da ilha de Murano, na Itália, e ganhou destaque no móvel do home theater. Já a luminária da Kartell foi parar na mesa de centro, enquanto a bandeja de prata no aparador-bar.
No quesito “mobiliário”, o arquiteto apostou em peças contemporâneas que aliam design e conforto e evitou misturar muitos tons de madeira pelo fato de o piso já ser neste material. “No geral, optei por móveis e marcenaria com acabamento em folhas de madeira ebanizada e laca, com exceção do móvel do home theater e do café, que revesti com lâmina de pau-ferro, com verniz brilhante, para imprimir um toque retrô, estilo anos 50, no apartamento”, descreve ele.
Na área social a cor preta ganhou destaque, mas de forma leve. Ela está presente nos armários da cozinha gourmet (em laca fosca), na bancada da pia e do balcão (de granito preto São Gabriel, com acabamento escovado), na mesa de jantar Eclipse e nas cadeiras Ale, ambas assinadas pelo designer Marcelo Ligieri.
Na sala de TV o sofá principal é o modelo Platô, assinado pelo Jayme Bernardo, o sofá coadjuvante é o modelo Piero, assinado por Patricia Anastassiadis para a Arefacto. Mas a cereja do bolo é a poltrona Slow Chair, um clássico da Vitra assinado pela dupla Ronan e Erwan Bouroullec, em 2006.
Já o espaço gourmet tem uma atmosfera própria, totalmente desconectada do restante do apartamento. A ideia aqui foi sair do preto e do cinza para mergulhar nos tons off white e nos materiais naturais, incluindo o piso em porcelanato (que reproduz textura de pedra), o papel de parede de palha, o sofá de couro e os móveis e armários de madeira.
A mesa foi projetada pelo próprio arquiteto e revestida em folha de madeira Catuaba, com detalhes em latão no tampo. Na mesma madeira, as cadeiras são assinadas pelo designer Paulo Alves. Os lustres são trançados em fibra de bambo, com lâmpadas de filamento de carbono, enquanto a bancada da pia é de pedra limestone.
Ao projetar a suíte do casal, o arquiteto se inspirou em um quarto de hotel de alto padrão. A combinação de uma paleta de cores em tons mais escuros, papel de parede animal print, tapete persa reloaded, cabeceira estofado em linhão, armários em laca grafite, cortina com forro de veludo e tela vazada sobreposta deixaram o ambiente extremamente sofisticado e escolhedor, como num hotel cinco estrelas.
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