Do fim da década de 70, quando fui pela primeira vez, à quinta visita a Chicago, neste ano, a cidade sempre me surpreendeu e me encantou. Em 1978, eu ainda estudava quando a conheci. Era um jovem universitário, de 20 e poucos anos, com obras de mestres da Bauhaus bem diante dos olhos. Pirei nos prédios assinados por Mies van der Rohe, que deixou a Alemanha em 1938. Depois dele, uma leva de membros da famosa escola alemã, incluindo Josef Albers, Walter Gropius e László Moholy-Nagy, veio aos Estados Unidos. A primeira da lista de mais de 20 obras projetadas por Mies foi o Instituto de Tecnologia Illinois, instituição dirigida por ele e dotada de uma arquitetura de pele e osso. Porém, em função de sua simetria perfeita, o Centro Federal de Chicago, um imenso complexo de edifícios, era um de seus favoritos. Com vista para o Lago Michigan, as torres duplas com fachada de vidro também se destacam. Depois de Mies, a arquitetura virou uma febre na cidade. Imagine um quarteirão inteiro de casas assinadas por Frank Lloyd Wright, uma herança forte no desenho da metrópole. O apelo do lugar se deve justamente a construções icônicas como essas. Em 2013, viajei para participar de uma reunião com o Perkins+Will (escritório americano associado ao nosso, o RoccoVidal) num edifício criado por Mies van der Rohe em 1973. Nunca havia imaginado que, um dia, estaria olhando para o lago lá do alto. Voltei impressionado com a concepção do Millennium Park, a começar pela escultura Cloud Gate (conhecida como The Bean), do artista Anish Kapoor. No mesmo espaço, o Jay Pritzker Pavilion, concebido por Frank Gehry, traz um sistema de som de alta tecnologia. Por essas e outras, Chicago nos convida a apreciá-la, percorrê-la.