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Marko Brajovic cria Casa Macaco em floresta de Paraty

Com soluções sustentáveis, o projeto é inspirado na verticalidade da floresta e na natureza ao redor

Por Redação
Atualizado em 20 jan 2021, 13h04 - Publicado em 20 jan 2021, 06h00
 (Rafael Medeiros/Casa.com.br)
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Com pegada mínima, interiores de bambu e terraços abertos, a “Casa Macaco” tem tudo a ver com a conexão com a natureza de uma forma sutil e suave. Projetada pelo Atelier Marko Brajovic em um terreno na floresta de Paraty, Rio de Janeiro, a casa com dois quartos se inspira na verticalidade das soluções florestais e design já encontrados na natureza.

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(Rafael Medeiros/Casa.com.br)

“Uns anos atrás desapareceram os macacos que viviam no pé da Serra. Se falava que era devido a febre amarela que supostamente se difundiu entre as famílias dos primatas.” Conta Brajovic. “Não sei, ficamos muito tristes.” Mas isso mudou com o início do projeto, no começo do ano passado, com o retorno de uma família de macacos prego. “Eles voltaram, e nos ensinaram o caminho do porquê, onde e como fazer o projeto.”

Surgiu então a inspiração para a Casa Macaco: a verticalidade da floresta, a possibilidade de aproximação com as cristas das árvores, de forma gentil e sutil, e da conexão com os inúmeros habitantes do reino da flora e da fauna.

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(Rafael Medeiros/Casa.com.br)

A estrutura da Casa Macaco funciona de forma sinergética entre componentes de madeira intertravadas todas do mesmo perfil, revestida por pele de galvalume e isolamento termoacústico. A Casa Macaco foi feita numa área de mata secundária, instalada entre árvores, ocupando em planta 5m x 6m, evitando assim qualquer interferência na vegetação local com área total de 86 m². A leitura da floresta é vertical. O horizonte se inverte, seguindo o fluxo da energia, matéria e informação do crescimento das árvores para nos levar na procura da energia e da luz do sol.

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(Atelier Marko Brajovic/Casa.com.br)

Para projetar a estrutura de suporte da casa, a equipe observou quais plantas se adaptam melhor à topografia do terreno e quais estratégias são adotadas para permitir estabilidade no crescimento vertical. A Juçara é uma espécie de palmeira da Mata Atlântica que se estrutura por raízes âncoras. Adaptando-se aos terrenos inclinados e distribuindo as cargas por múltiplos vetores, garante estabilidade ao seu tronco estreito e muito alto. Para este projeto, o Atelier Marko Brajovic aplicou a mesma estratégia, criando uma série de pilares delgados e densos, inspirados na morfologia das raízes da palmeira Juçara, garantindo assim a estabilidade da construção vertical.

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(Gustavo Uemura/Casa.com.br)

A casa compacta tem 54 m² de área interna e 32 m² de área coberta, proporcionando uma conexão muito forte com o contexto natural da floresta. O projeto é composto por cozinha, banheiro e dois quartos que podem ser transformados em espaços de convivência. Dois terraços laterais garantem ventilação cruzada e um amplo terraço no último andar oferece um espaço multifuncional para atividades físicas, estudo ou meditação. 

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(Rafael Medeiros/Casa.com.br)

Os interiores incorporam acabamentos feitos à mão em bambu, cortinas feitas com redes de pesca das comunidades locais, móveis que combinam objetos de design japonês com artesanato indígena guarani e eletrodomésticos de metal docol e mekal. 

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(Gustavo Uemura/Casa.com.br)

O projeto paisagístico é simplesmente o reflorestamento da mata secundária onde está localizada a casa. A estética selvagem que envolve a casa foi possível impulsionando o crescimento natural das mesmas plantas endêmicas (que só podem ser encontradas na região), reforçando assim a experiência da casa estar imersa num contexto natural original. 

“A Casa Macaco é um um observatório. Um lugar de encontro e reencontro com outras espécies, para observar a Natureza fora e dentro de nós.” Finaliza o Atelier Marko Brajovic.

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