Esqueça as paredes lisinhas! Projetos inovam com materiais brutos
Trabalhos mostrados na CASACOR Brasília transformaram os acabamentos da fase de obras em divisórias repletas de personalidade
Típicos da etapa de construção, os materiais brutos proporcionam uma atmosfera para lá de autêntica aos ambientes. Prova disso são as quatro propostas apresentadas na CASACOR Brasília, que aconteceu de 22 de setembro a 8 de novembro. Não pôde visitar a mostra? É só rolar a tela para conferir os projetos.
1.Praticidade em placas
Elemento quase sempre oculto nas obras, a placa cimentícia tem destaque no ambiente criado pelo arquiteto Clay Rodrigues, nome à frente do escritório Debaixo do Bloco Arquitetura.
Em vez de vedar shafts (dutos verticais da edificação) ou fechar estruturas metálicas – suas funções mais comuns – as chapas de 60 x 120 cm ganharam status de revestimento. “Elementos simples podem ser interessantes”, revela o profissional. Missão cumprida.
2. Marcas com história
O mobiliário moderno contrasta com o aspecto de obra inacabada no espaço assinado pelo Studio Arch+. A intenção das quatro jovens sócias do escritório era valorizar a passagem do tempo. Para isso, o artista plástico Paulino Aversa elaborou uma textura especial que faz referência ao emboço (camada inicial do acabamento da parede).
Um painel de MDF ripado emoldura o trabalho na parte inferior e repete o tom de cinza do teto, oferecendo a sensação de profundidade.
3. Foco no essencial
O branco reina absoluto na área de estar criada pelos arquitetos Angela Castilho e Alex Rodrigues. As paredes tiveram o chapisco coberto com pintura acrílica fosca, solução estética capaz de direcionar o pensamento para a Grécia ou a região francesa da Provença.
“Planejamos um clima descontraído e sem excessos em que a luz natural pudesse se destacar”, conta a profissional. Execução da Só Reparos.
4. Impacto brutalista
Inovar não é problema para o arquiteto e designer de interiores Miguel Gustavo. Em busca de um visual que remetesse à atmosfera mais urbana possível, ele investiu no chapisco fino como base para a intervenção com tela de galinheiro, de fios flexíveis de aço.
A fixação com discretos parafusos para gesso deixa a impressão de que a trama está flutuando. “O efeito rústico valoriza o quadro de Marcelo Solá com um contraste interessante”, finaliza.