Bar Secreto foi inspirado no filme “O Grande Hotel Budapeste”
Localizado no último pavimento da CASACOR SP, o espaço é provocativo, colorido, acolhedor e instiga os sentidos
O arquiteto Rafa Zampini, sob o comando do estúdio que leva o seu nome, foi o responsável por este ambiente, que parece ter sido tirado de sets de cinema, na 37ª CASACOR São Paulo.
A proposta era criar um bar com uma profusão de elementos, cores e texturas. O resultado foi o bar “Adorado”, um espaço “escondido”, seguindo a tendência americana speakeasy, perfeito para apreciar drinks e aperitivos.
O profissional apostou em provocações visuais e na nostalgia, com o uso de rosetas volumétricas no teto, papel de parede estampado e boiserie nas paredes, além de luzes quentes e indiretas. “Só depois de aguardar no lounge da entrada, que remete a uma recepção de um hotel em algum lugar no tempo, e atravessar as cortinas de veludo que chegamos ao balcão central”, explica Rafa.
Cada área reserva uma surpresa, permitindo um respirar de novos ares sem sair de São Paulo. E isso só é possível pela mistura de arquitetura e decoração com inspirações do cinema e da arte. Com 120 m², o ambiente possui referências do filme “O Grande Hotel Budapeste“, em que o cineasta Wes Anderson revela seu olhar diferenciado para contar histórias.
“Foi dali que busquei inspiração para o uso das cores, equilibrando tons, como o verde-escuro e o bordô, a fim de criar a sensação de que estamos num bar de hotel, exclusivo e privativo. Sob uma óptica disruptiva, seu trabalho atemporal ajuda a nos tirar da realidade, causar um choque”, conta o arquiteto.
Além disso, o pintor, artista gráfico e ilustrador americano Edward Hopper e suas criações com ambientes misteriosos e night talks também foram uma inspiração para o ambiente.
“Ele me inspirou no contraste de luz e sombra, conquistado com um projeto de luminotécnico simples e, ao mesmo tempo, profundo, em que apostamos no teto inteiramente livre, com rosetas volumétricas, e uma luz difusa de arandelas ao redor do ambiente, além de focos pontuais através de luminárias de mesa, dispostas para os visitantes conseguirem enxergar os copos”, exemplifica o arquiteto.
Aqui, o uso das cores resulta em um espaço caloroso e confortável. O bar também traz uma harmonia entre o silêncio e o som – atendendo tanto a momentos introspectivos quanto a interações e conversas.
“Música alta demais atrapalha, mas, ao mesmo tempo, não queríamos um monastério. Concebemos um lugar próprio para conversar, sem precisar gritar, proporcionando também momentos em que só desejamos um refúgio privativo para ouvirmos uma boa música”, acrescenta Rafa.
Para agradar esses diferentes públicos, entram em cena os mini lounges com poltronas giratórias, marcadas pelo design curvo, que possibilitam que as pessoas escolham se querem interagir ou não. Para além do layout – que possui uma sutil separação, mas que não segrega as pessoas -, o projeto tira partido do isolamento acústico promovido pelas boiseries nas paredes.
Atrás do balcão esculpido em mármore verde Vitória-Régia, um painel de vidros leitosos retroiluminados, simulam uma grande caixa e recebe uma luz difusa, vindo de três grandes luminárias por trás da estante de bebida.
“A dimerização dessa iluminação permite criar cenários, desde uma festa mais intimista até a comemoração de um aniversário. O bar “Adorado” é totalmente personalizável”, explica o arquiteto.
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